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Je Maintiendrai

"... Le refus de la politique militante, le privilège absolu concédé à la littérature, la liberté de l'allure, le style comme une éthique, la continuité d'une recherche". Pol Vandromme

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Friday, March 24, 2006





DIPLOMACIA CULTURAL. SOMA E SEGUE
No Reino da Estupidez. Ou do modo peculiar como alguns diplomatas defendem os interesses culturais de Portugal nos seus postos no estrangeiro. Ou ainda Do Verdadeiro Método de não Estudar.


Ora nem mais. Andaram os colegas de Combustões e Portas do Cerco a clamar contra o triste desvario da nossa Política Cultural Externa na Ásia, e eis que nos cai no cabaz uma prova provada de uma das razões desse desvario. Desta feita foi o Jansenista quem nos alertou para uma pérola do nosso Embaixador em Pequim, a patrocinar uma obra de propaganda chinesa sobre as relações luso-chinesas, onde aproveitou perante os chineses e nos órgão de informação chineses para notar a inépcia dos académicos portugueses nessa área. Bravo! Depois queixe-se que o alcunhem de “Embaixador da China na China”!
Amigo da École Française d’Extrème Orient acaba de, a pedido, me enviar uma notinha sobre a obra decantada. Talvez com a vantagem de ser ele um sinólogo e de ter à frente a tal obra, acho que vale a pena partilhar as opiniões do meu amigo. Sumariamente:
Ao que parece, a obra do nosso ladino chinês, que tem umas raspas de português lido e que é mais funcionário do aparelho que historiador conhecido, resulta de uma monumental pilhagem do que Portugal tem produzido neste domínio, sobretudo dos 10 vols bilingues (!) da Colecção de Documentos para a História das Relações entre Portugal e a China (ed. V.Saldanha e Jin Guoping), Os Estudos para as Relações Luso-Chinesas (V. Saldanha), a exaustiva Sinopse de Macau nas Relações Luso-Chinesas, 1945-1995 (Moisés Fernandes), e a obra fundamental de Fernando Lima Macau. As Duas Transições. Não contente, também se atira voraz aos estudos de outros historiadores chineses de nomeada como Jin Guoping, a quem se deve o que de mais inovador se tem produzido sobre os primórdios dessas relações. Pelo caminho, e como o português não dava para tanto, ficam os estudos de Luís Filipe Barreto, Jorge Alves ou Rui Loureiro.
Em suma: o Sr. Embaixador Santana Carlos --- como não sabe ler nem escrever (chinês) --- não se informou (e tem lá um competente Conselheiro Cultural que fala e escreve chinês) e falou do que não sabia para agradar aos Chineses sem se preocupar se desmerecia o País que diz representar.
Como assim se demonstra, o Sr. Embaixador presta um enorme serviço a Portugal desprestigiando perante os Chineses o trabalho aturado de uma geração inteira de investigadores Portugueses numa época em que a historiografia chinesa pouco mais foi do que propaganda, e, no caso da história luso-chinesa, de violento antiportuguesismo.
E já agora Sr. Embaixador, como alternativa ao débito da asneira, contribua para a história das relações luso-chinesas explicando a sua intervenção no vergonhoso e recente caso da retirada do Conselheiro Cultural em Pequim (que o MNE teve agora de corrigir apressadamente), e, sobretudo, deixando vir a público a documentação relativa à sua competentíssima actividade como responsável pelas negociações da entrega de Macau. Acho que vale, e muito, a pena ler as actas do Grupo de Ligação… E quer o Sr. ir para Washington. E se calhar vai….

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