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Je Maintiendrai

"... Le refus de la politique militante, le privilège absolu concédé à la littérature, la liberté de l'allure, le style comme une éthique, la continuité d'une recherche". Pol Vandromme

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Location: Portugal

Saturday, October 07, 2006



O PIOR CEGO...
Parece que anterior invocação do nome de Guerra Junqueiro no campo santo de carpideiras que se arrogam de monárquicas e fieis à Memória, provocou tremores e feriu sensibilidades.
Não me interessa a apologia de Junqueiro, como não comungo dos estereótipos d’Épinal que cimentam os ódiozinhos nas fileiras da memória e da fidelidade. Colhe aqui Junqueiro para a demonstração do ponto que me interessa: que a República e a sua tão decantada como fraudulenta "ética" nada trouxeram de relevante para remediar o estado lastimoso em que já se atolava a sociedade portuguesa, e que o diagnóstico de Junqueiro impressiona por uma crueza que se demonstra perene em termos da definição da doença que continua a atacar o espírito e a espinha deste País.
Ou o facciosismo é tal que se branqueiem as responsabilidades imensas de tantos deputados, ministros, militares, diplomatas, pares do Reino, argentários e cortesãos, a quem a Monarquia só pediu fidelidade, gratidão e vergonha na cara, para dizer que a cobardia, a pulhice, a falta de carácter e a corrupção nasceram um dia no Terreiro do Paço com o tiro do Buiça, a vileza do Afonso Costa e o aventalão do Magalhães Lima? À parte as Memórias de Raul Brandão, não conheço outra obra cuja leitura nos deixe uma sensação tão grande de vergonha e de náusea como as memórias políticas do Dr. António Cabral, Ministro da Coroa, carácter impoluto e esteio da ideia monárquica nas duas primeiras décadas da República. Leram-no os novos maniqueístas? Recordando as tristes palavras d’El-Rei D. Carlos (“Portugal é uma monarquia sem monárquicos”) ele há dias em que não sei se me enoja mais a carabina do Buiça ou, na banda da Monarquia institucional, a enorme galeria de mandantes, autores morais e facilitadores da derrocada – o Alpoim, o Herédia (Ribeira Brava), o Chagas, Aires de Campos (o 1º Ameal), o Centeno, Egas Moniz, Bernardino Machado, et al. para não falar dos repugnantes adesivos ao estilo de Teixeira de Sousa ou Ferreira do Amaral. Uma infinda galeria recordada e responsabilizada por António Cabral, votada a alimentar as valetas da história recente de Portugal, e cuja memória só sobrevive nalguns casos porque facilita aos descendentes uma entradazita no chibante Anuário da Nobreza.


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