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Je Maintiendrai

"... Le refus de la politique militante, le privilège absolu concédé à la littérature, la liberté de l'allure, le style comme une éthique, la continuité d'une recherche". Pol Vandromme

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Wednesday, December 21, 2005



EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
“….Infatti, come il passeggiare, il camminare e il correre sono esercizi corporali, così si chiamano esercizi spirituali i diversi modi di preparare e disporre l'anima a liberarsi da tutte le affezioni disordinate…”
S.I.L

Para não ficarem a pensar que fui presa de qualquer arroubo fescinino ao meditar sobre a anterior e nobre tela de Rubens, dou-vos conta de outra das minhas mais recentes e sérias meditações. De facto, no remanso do meu claustro e sem me poder mexer porque tenho o focinho do meu dormente cão em cima do meu já dormente pé, assumo que para os que comungam de uma determinada formação, são sobejamente conhecidas, em termos de eficácia formativa, as virtualidades dos Exercícios Espirituais. Comungando da natureza da meditação, do diálogo interior e colectivo, cristalizam as vantagens das múltiplas formas da oração. A lógica sucessão de verdades ilustradas, um coeficiente elevado de plasticidade conjugado com o poderoso interesse subjectivo do meu bem ou da minha felicidade, levam a que os Exercícios se tenham tornado, como sabem, um meio poderoso de elevação moral e espiritual.
Ora, muitas vezes me interroguei se as tais verdades ilustradas pelo verbo poderiam de alguma forma ser substituídas na economia da disciplina dos Exercícios, pelas "verdades musicadas", id est expressões musicais daquelas que mais acerbamente nos suscitem a ideia do sopro divino no acto da sua criação. O acto meramente deleitoso de ouvir música, constituir-se-ia para o crente um adjutório eficaz de elevação (já todos sabemos que opera) mas potenciado pela disciplina formal do exercício, onde o orientador dosearia sabiamente as tais verdades musicadas. Confesso que nunca troquei impressões sobre a questão com inaciano prático nos mistérios da ascese (ainda os há por cá?), ficando assim por demonstrar a praticabilidade da substituição. Avanço para quem se arroje a tal arroubo a sugestão laboratorial da música do Barroco, música não obrigatoriamente religiosa, cujo cânone, como é próprio do Barroco, é essencialmente dirigista. Não me recordo se disso tratou o saudoso José António Maravall na sua La Cultura do Barroco, mas ninguém mo tira da cabeça.

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