LETTRE DE MON DIVAN.
AINDA A TRAIÇÃO

Já há algum tempo manifestou aqui o Jansenista a pena que é MCB de Combustões manter fechado o ralo dos comentários no seu luminoso portal da blogosfera. E tem razão. MCB lá terá as suas razões, mas que é pena é. Muitas vezes para aqui ficamos frustrados de não corresponder in loco ao gosto imediato da leitura dos posts de MCB, e hesitamos em faze-lo na nossa janela dado o risco de nos apontarem o dedo e gritarem Aqui d'el-rei pelo cambão dos encómios. Mas desta vez tem de ser; menos pelas palavras simpáticas que faz o favor de nos dirigir, que pelas interessantíssimas considerações que traz sobre o tema clássico da traição, essas sim, verdadeiramente eruditas e bem profundas. Desconhecia o ensaio de Thérive sobre o tema (ainda que a autoria da frase pertença a Talleyrand, "la trahison c'est une question de dates") e fico a saber também que o meu sempre admirado Alma Tadema tinha uma tela dedicada ao aparecimento do Divo Cláudio enrolado numa cortina na sequência do assassinato de Calígula. Assim o conta Suetónio na "Vida dos Doze Césares", esse alfobre de traições clássicas.