<

Je Maintiendrai

"... Le refus de la politique militante, le privilège absolu concédé à la littérature, la liberté de l'allure, le style comme une éthique, la continuité d'une recherche". Pol Vandromme

My Photo
Name:
Location: Portugal

Wednesday, October 25, 2006


PELA VIDA

O Juramento Hipocrático

A discussão da questão do referendo do aborto, tem demonstrado uma vitalidade de convicções e de afirmação dessas mesmas convicções, o que salutarmente surpreende num período de desânimo e de interrogações sobre a solidez do que genericamente e sem necessidade de maiores explicações e relativismos entendemos como os valores. E já ninguém nega à blogosfera as virtualidades de comunicação e de coesão numa questão desta seriedade. Diariamente daqui tiramos essa certeza e uma abundância de argumentos e reflexão que nos satisfazem. Entre o muito que foi dito e muito bem dito, gostaria de deixar uma palavra de referência e homenagem à primeira linha de muitos soldados anónimos deste combate, o grande número de médicos e paramédicos que não esperaram pelo farisaísmo da política para, firmes, corajosamente e de há muito (sabe Deus com que ocasionais e dolorosos dilemas internos), se negarem diariamente e no seu local de trabalho a sujar as mãos e a ferir a sua consciência. Uma negação que permitiu relegar no consenso público os praticantes ao nível da moralidade mais que duvidosa das abortadeiras de capote e lenço e do cambão médico da clandestinidade. É significativo que sejam estrangeiros os que mais ganham e esperam ganhar com uma eventual liberalização deste mercado, pois que o Governo é forçado a recorrer ao estrangeiro para fazer cumprir a lei.
E não falamos unicamente de médicos e paramédicos cristãos ou sequer religiosos. Basta ser-se digno e ter gravados na consciência aqueles princípios que quase naturalmente presidem à sagrada tarefa de cuidar e salvaguardar a vida. Dizem-me que caiu em desuso a prática do juramento formal do texto que remonta ao longo de 2.500 anos ao grande Hipócrates de Kós, dado como o Pai da Medicina, precisamente por constituir-se como o paradigma da inseparabilidade do saber e da ética de conduta que deve nortear a vida do médico, tanto no exercício profissional, como fora dele. Desuso formal que em nada afecta a validade ou a quase sacralidade intrínseca desses princípios. Conhecem-nos, quero crer, a maioria dos profissionais de saúde e recordam-nos, sem que para isso dependam da sua consagração em decreto ou da vontade reguladora, dita, na sua insignificância, política.
Considera-se por isso oportuno trazer aqui o Juramento Hipocrático. Traduzido do grego ao longo de milénios para o latim, para o hebreu, para o arábe, para o persa e para todas as línguas modernas, e adaptado no incipit a todas as religiões do Livro, é um dos mais nobres documentos de toda a história da Humanidade, sempre actual pela revelação perene da dignidade humana que assenta, precisamente, na afirmação luminosa da vida.

Juramento de Hipócrates
(versão clássica)

"Juro por Apolo Médico, por Esculápio, por Higéia, por Panacéia e por todos os deuses e deusas, tomando-os como testemunhas, obedecer, de acordo com meus conhecimentos e o meu critério, a este juramento:
Considerar o meu Mestre nesta arte como igual aos meus Pais, fazê-lo participar dos meios de subsistência que dispuser, e, quando necessitado, com ele dividir os meus recursos; considerar seus descendentes iguais aos meus irmãos; ensinar-lhes esta arte se a desejarem aprender, sem honorários nem contratos; transmitir preceitos, instruções orais e todos outros ensinamentos aos meus filhos, aos filhos do meu Mestre e aos discípulos que se comprometerem e jurarem obedecer à Lei dos Médicos, e a nenhum outro.
Aplicar os tratamentos para ajudar aos doentes conforme minha habilidade e a minha capacidade, jamais os usando para causar dano ou malefício. Não darei veneno a ninguém, embora solicitado a assim o fazer, nem aconselharei tal procedimento. Da mesma maneira não darei a mulher os meios para provocar o aborto.
Em pureza e em santidade guardarei a minha vida e a minha arte. Não usarei da faca nos doentes com cálculos, mas nisso cederei o lugar aos habilitados. Nas casas em que ingressar apenas socorrerei o doente, resguardando-me de fazer qualquer acto mal intencionado, especialmente acto sexual com mulher ou homem, escravo ou livre. Não relatarei o que no exercício do meu mister ou fora dele no convívio social eu veja ou ouça e que não deva ser divulgado, mas antes considerarei tais coisas como segredos dos mais sagrados.
E então, se mantiver este juramento e não o quebrar, possa eu desfrutar honrarias na minha vida e na minha arte, entre todos os homens e por todo o tempo; porém, se transigir e cair em perjúrio, que sobre mim recaia todo o contrário."

Webstats4U - Free web site statistics
Personal homepage website counter
Free counter <bgsound src="http://file.hddweb.com/80768/Zarah_Leander_-_Sag_beim_Abschied.mp3" >