Novamente a Jogar em Casa
Estava eu à espera de quando sairia o Paço da Ribeira, e cá chegou ele, chibante, pela mão do confrade da Bic Laranja. E também cá ficam umas achegas da minha gaveta -- por sinal a precisarem de ser emolduradas -- com o apontamento raro do que seriam umas cavalhadas e toirada real, duas perspectivas da conjugação do corpo quinhentista com o corpo joanino (numa fase posterior ao esquisso publicado n'A Ribeira de Lisboa), outra (ao meio) do magnífico Palácio da Corte Real, logo de seguida à Ribeira das Naus, e ao longe (acima) lá para os lados de S. Francisco, o que parece ser a mole imponente do Paço dos Braganças. A meio também, o célebre passadiço por onde embarcou para Inglaterra a futura Rainha D. Catarina de Bragança, representado na direcção oposta na soberba tapeçaria do embarque existente na Embaixada de Portugal em Londres, para o efeito produzida em 1955 pela Real Fabrica de Tapices, sobre gravura coeva. Para quem tenha a sorte de ter o livro à mão, p.98 do recentemente editado Embaixadas de Portugal. No topo, a porventura única representação gráfica do interior do Paço da Ribeira, a cerimónia do lava-pés dos pobres, com a presença do Magnífico, Família Real e Corte, gravura de 1748 da lavra do buril de Guillaume Debrie. Na dita, à direita, a figura de um navio numa tapeçaria sugere muito possivelmente a célebre série de tapeçarias quinhentistas de Tournai, alusivas à chegada dos Portugueses à Índia, revestimento original do salão nobre do Paço. Está num dos belos catálogos Europália, Triomphe du Baroque, p.141.
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