CORPUS CHRISTI
Tempos houve em que era Dia Santo e também de festa do alfacinha. Hoje nem apetece; outras formas há, e mais recatadas, de meditar o Mistério. Para ver o triste cortejo da hierarquia eclesiástica que temos, o basbaque nacional de rabo encostado à montra e o turista que bate a chapa, mais vale ficar em casa ou ir arejar às hortas. Tempos houve em que às duas varas grandes do pálio ia El-Rei e uma figura digna que se chamava Presidente da Câmara. Gravados em lápides de mármore, lá estão pela entrada dos Paços do Conselho os nomes dos que durante séculos ocuparam o cargo que também noutro tempo se chamou de Presidente do Senado da Câmara. Não sei nem já me interessa ver o que ficou de tudo. Calculo que, arvorada às dignidades vazias por omissão, só tenha ficado a lixarada pitoresca com que na ocasião se entretinha a populaça da capital: um S. Jorge de pau, o homem de lata, uma égua, uma mula, lacaios de libré, o petiz ranhoso e o preto da charamela. As eleições estão à porta.
Tempos houve em que era Dia Santo e também de festa do alfacinha. Hoje nem apetece; outras formas há, e mais recatadas, de meditar o Mistério. Para ver o triste cortejo da hierarquia eclesiástica que temos, o basbaque nacional de rabo encostado à montra e o turista que bate a chapa, mais vale ficar em casa ou ir arejar às hortas. Tempos houve em que às duas varas grandes do pálio ia El-Rei e uma figura digna que se chamava Presidente da Câmara. Gravados em lápides de mármore, lá estão pela entrada dos Paços do Conselho os nomes dos que durante séculos ocuparam o cargo que também noutro tempo se chamou de Presidente do Senado da Câmara. Não sei nem já me interessa ver o que ficou de tudo. Calculo que, arvorada às dignidades vazias por omissão, só tenha ficado a lixarada pitoresca com que na ocasião se entretinha a populaça da capital: um S. Jorge de pau, o homem de lata, uma égua, uma mula, lacaios de libré, o petiz ranhoso e o preto da charamela. As eleições estão à porta.
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