Nota de Leitura
Ainda em
Combustões, com o qual, sobre
Mestre Aquilino, concordo em grande parte (e não toda porque reconheço páginas magistrais como as d'
O Malhadinhas, A Casa Grande de Romarigães ou a
Humildade Gloriosa).
Nesta vulgarização que grassa pelo torrão, confesso que me mantenho relativamente insensível a este trânsito para o Panteão, que, aliás, se há-de acentuar; ainda lá veremos o casco de Saramago e um memento dos Capitães de Abril.
Sobre a pedra de escândalo, ouvi as habituais fatuidades do
pot-au-beurre do Rosas, vislumbrei uma fotocópiazitas do M. Castro Henriques, mas ainda não vi que se recordasse o facto pouco conhecido, mas indesmentido, das profundas ligações do escitor ao assassino Buiça. Foi, por exemplo, a Aquilino que o Buiça confiou o filho nas vésperas do regicídio, e seria interessante ver o próprio processo do inquérito sobre o crime; diz quem o viu -- sumido hoje nas gavetas do M. da Justiça ou dos senhores de avental -- que é muito esclarecedor. Haja lá algum cuidado quando se fundamenta uma causa. Também sobre este pendor para concentrar responsabilidades neste tristíssimo evento, já por
aqui falámos a propósito das Memórias do Conselheiro António Cabral.
Mas, em simultâneo, que incómoda situação para os realistas. Não foi S.A.R. quem deu o sinal de que o que lá vai lá vai, no respeitante ao sinistro Visconde da Ribeira Brava, o financiador das carabinas do crime? Se o afilhado da Raínha que viu abater o marido e o filho, não fez drama de dar por ancestral próximo ao Príncipe da Beira um dos autores morais e mandante do crime, para quê mexer nisto? Um ligeiro sabor a gaffe, Doutor Mendo de Castro Henriques.
Eu sei que não é de bom tom tocar nestas coisas, mas os exemplos vêm de cima. Ou será que colhe no caso a famosa boutade de Isabel a Católica, los Reyes no tienen parientes?