Je Maintiendrai
"... Le refus de la politique militante, le privilège absolu concédé à la littérature, la liberté de l'allure, le style comme une éthique, la continuité d'une recherche". Pol Vandromme
Wednesday, August 09, 2006
A TRAIÇÃO DO CONDE JULIÃO
Aos nossos nacionalistas. Lições da história.
"...E por esto el traydor del dicho conde non quedo sin pena quelos moros aquien el tanto bien fizo le dieron el galardon que merescia. ca fizieron apedrear asu muger e despeñar de vna torre de cebta a vn su fijo e tomaron le toda su tierra. El en vn castillo de aragon miserablemente murio. e asi mesmo murieron malas muertes los dos traydores caudillos quese dieron a fuyr dela hueste del rey don Rodrigo. Grande fue la traycion deste conde don julian ser traydor a su señor."
Diego Rodríguez de Almela, Valerio de las historias eclesiásticas, Murcia, 1487
Diego Rodríguez de Almela, Valerio de las historias eclesiásticas, Murcia, 1487
Reinando na Hispânia visigótica Rodrigo, filho de Teodofredo e neto de Chindasvinto, era Governador da provincia norte-africana da Tingitania o visigodo Conde Julião.
Em 711, aproveitando-se das perturbações causadas pela revolta de Pamplona que Rodrigo procurou dominar, o Conde Julião e D. Opas, Bispo de Sevilha, com mira no trono das Espanhas, pactuaram uma aliança com os chefes mouros vizinhos de Ceuta, Musa ibn Nusair e Tariq ben Ziyad.
Em Maio desse ano de 711, acompanhado pelo Conde Julião, Tarik ben Ziyad, desembarcou em Gibraltar (Djeb-al-Tarik) à cabeça de um exército de 11.000 homens. Sem forma de responder, Teodomiro, Governador da Bética, preveniu o Rei Rodrigo, que do Norte desceu sobre os mouros com uma força de 12.000 homens.
Assim, algures entre os dias 19 e 26 de Julho do ano de 711, se travou a famosa batalha de Guadalete, na qual Rodrigo foi estrondosamente derrotado, em parte porque muita da nobreza visigoda abandonou o campo ou porque, capitaneada pelo Bispo D. Opas, se bandeou com os muçulmanos. Reza a lenda, que, ferido, Rodrigo abandonou o campo da batalha, refugiando-se na Lusitânia, onde obscuramente viveu como ermitão até morrer. Hic requiescit Rudericus rex gothorum, rezava a lápide encontrada em Viseu no século IX.
Vendo o exército visigodo vencido e desmembrado, os mouros renegaram o pacto de aliança com o Conde Julião e procederam à conquista das Espanhas, fundando Al-Andaluz e pondo um termo ao domínio cristão da Monarquia Visigótica.
Dentro de 5 anos, poder-se-á ainda livremente celebrar o 1300º aniversário da Batalha de Guadalete, a morte de Rodrigo, último Rei Visigodo das Espanhas e a traição do Conde Julião?
Em 711, aproveitando-se das perturbações causadas pela revolta de Pamplona que Rodrigo procurou dominar, o Conde Julião e D. Opas, Bispo de Sevilha, com mira no trono das Espanhas, pactuaram uma aliança com os chefes mouros vizinhos de Ceuta, Musa ibn Nusair e Tariq ben Ziyad.
Em Maio desse ano de 711, acompanhado pelo Conde Julião, Tarik ben Ziyad, desembarcou em Gibraltar (Djeb-al-Tarik) à cabeça de um exército de 11.000 homens. Sem forma de responder, Teodomiro, Governador da Bética, preveniu o Rei Rodrigo, que do Norte desceu sobre os mouros com uma força de 12.000 homens.
Assim, algures entre os dias 19 e 26 de Julho do ano de 711, se travou a famosa batalha de Guadalete, na qual Rodrigo foi estrondosamente derrotado, em parte porque muita da nobreza visigoda abandonou o campo ou porque, capitaneada pelo Bispo D. Opas, se bandeou com os muçulmanos. Reza a lenda, que, ferido, Rodrigo abandonou o campo da batalha, refugiando-se na Lusitânia, onde obscuramente viveu como ermitão até morrer. Hic requiescit Rudericus rex gothorum, rezava a lápide encontrada em Viseu no século IX.
Vendo o exército visigodo vencido e desmembrado, os mouros renegaram o pacto de aliança com o Conde Julião e procederam à conquista das Espanhas, fundando Al-Andaluz e pondo um termo ao domínio cristão da Monarquia Visigótica.
Dentro de 5 anos, poder-se-á ainda livremente celebrar o 1300º aniversário da Batalha de Guadalete, a morte de Rodrigo, último Rei Visigodo das Espanhas e a traição do Conde Julião?
Contado, Pesado e Dividido
Proporcionalidade e Desproporcionalidade. Continua o festim de Baltazar em que vive o Ocidente.
Rafael Castela Santos - Crónica de la persecución a cristianos
Proporcionalidade e Desproporcionalidade. Continua o festim de Baltazar em que vive o Ocidente.
Rafael Castela Santos - Crónica de la persecución a cristianos
Combustões - Ódio: os Mal-Amados
Guy Millière - Qu'ils prennent modèle sur les prostituées!
Brian Wimborne - Left in perversity
Francisco Rodríguez Adrados - Europa, fortaleza asediada
LEITURAS EM TEMPO DE GUERRA
Excelente texto (em apostila) de Rafael Castela Santos: Valores vs. Princípios.
E porque não associar-lhe os pertinentes comentários de A. Cruz Rodrigues sobre Imobilismo e Perseverança?
Tuesday, August 08, 2006
ANTES TARDE DO QUE NUNCA. E OS NOSSOS?
Pela mão de JSarto, uma oportuna chamada de atenção para o mea culpa do Episcopado de Espanha em relação à desgraçada situação do Catolicismo no país vizinho. Um notável documento de análise e crítica de 40 anos de conduta pós-conciliar. Cai que nem uma luva à nossa Igreja; terão os Senhores Bispos Portugueses igual lucidez e coragem? Ou ficamo-nos na badinage, no whiskey e na cigarreta do Sr. Cardeal Patriarca, quando não forem os escandalosos dislates de pena e verbo do Sr. Bispo Torgal Ferreira? O documento e o comentário.
Monday, August 07, 2006
EXÉRCITO DE SALVAÇÃO A CAMINHO DO ESTORIL
AO CUIDADO DO MISANTROPO
Cigarettes, Whiskey & Wild, Wild Women
Peter Sellers - Muppet Show
AO CUIDADO DO MISANTROPO
Cigarettes, Whiskey & Wild, Wild Women
Peter Sellers - Muppet Show
UM ANIVERSÁRIO
Miguel Castelo-Branco e Combustões.
Preparava-me eu para alinhavar as linhas que se me impõem no aniversário do blogue de Miguel Castelo-Branco, quando me cai a novidade da atribuição que ali – num restrito elenco de virtudes eternas, outras teologais e umas bem modernas – me faz da cobiçada palma da Sabedoria. Embaraçante túnica de Nesso, que vou aceitar já (tenho idade para me reconhecerem alguma...) muito contente pela companhia dos outros “virtuosos” no meio dos quais o Miguel CB me arrumou, qual friso de um "Pórtico da Glória" do Mestre Mateo de uma Santiago blogosférica se tratasse.
Mas o que hoje importa é o aniversário. Talvez não saiba o MCB que me iniciei nas coisas activas da blogosfera pelo acaso da leitura de um post de Combustões, lembro-me que numa fase de desalento de MCB. Segui-o, agradou-me o estilo e a postura, e a sugestão implícita de uma possibilidade de intervenção num campo onde me limitava às experiências desenfastiantes do voyeur. Aprendi muito e pude conhecer muita e boa gente, de trato e de espírito, nas alamedas que corri entrado pela porta que assim escolhi.
MCB conhece-me de fora do mundo blogosférico e sabe que não lhe teço encómios de circunstância: por três ou quatro vezes espaçadas tive o gosto de aqui manifestar desenvolvidamente o apreço e a admiração que tenho pelo seu trabalho e pela sua luta. Aliás, todos nós conhecemos os méritos e as virtudes que MCB revelou num ano de blogosfera: a inteligência, a pena culta e cortante que certamente herdou de seu ancestral Camilo, e sobretudo, a sua coragem, a sua coerência e a sua humanidade. Muito? Pouco? O suficiente para o fazerem destacar naquela comunidade que bem definiu de “animais opinativos, uns mais racionais que outros; uns desesperados à procura de uma razão para existir, outros rindo-se com erasmiana lucidez da inutilidade de tudo.”
Julgo poder adivinhar quais os novos horizontes que se abrem ao MCB, e a importância que neles eventualmente justificará sacrificar a mui querida presença de Combustões. Combatente de várias guerras que algumas o MCB conhece, para mais, anos mais velho e, forçadamente, mais roué nesta vida, permita-me que lhe diga, agarre o tempo! Siga! Tem espaço, oportunidade e coisas para fazer.
Com confiança, meu caro Miguel Castelo-Branco, sei que lhe posso devolver os louros da Sabedoria que generosamente me atribuiu. Ponha-os mais justamente sobre si. Parabéns!
Miguel Castelo-Branco e Combustões.
Preparava-me eu para alinhavar as linhas que se me impõem no aniversário do blogue de Miguel Castelo-Branco, quando me cai a novidade da atribuição que ali – num restrito elenco de virtudes eternas, outras teologais e umas bem modernas – me faz da cobiçada palma da Sabedoria. Embaraçante túnica de Nesso, que vou aceitar já (tenho idade para me reconhecerem alguma...) muito contente pela companhia dos outros “virtuosos” no meio dos quais o Miguel CB me arrumou, qual friso de um "Pórtico da Glória" do Mestre Mateo de uma Santiago blogosférica se tratasse.
Mas o que hoje importa é o aniversário. Talvez não saiba o MCB que me iniciei nas coisas activas da blogosfera pelo acaso da leitura de um post de Combustões, lembro-me que numa fase de desalento de MCB. Segui-o, agradou-me o estilo e a postura, e a sugestão implícita de uma possibilidade de intervenção num campo onde me limitava às experiências desenfastiantes do voyeur. Aprendi muito e pude conhecer muita e boa gente, de trato e de espírito, nas alamedas que corri entrado pela porta que assim escolhi.
MCB conhece-me de fora do mundo blogosférico e sabe que não lhe teço encómios de circunstância: por três ou quatro vezes espaçadas tive o gosto de aqui manifestar desenvolvidamente o apreço e a admiração que tenho pelo seu trabalho e pela sua luta. Aliás, todos nós conhecemos os méritos e as virtudes que MCB revelou num ano de blogosfera: a inteligência, a pena culta e cortante que certamente herdou de seu ancestral Camilo, e sobretudo, a sua coragem, a sua coerência e a sua humanidade. Muito? Pouco? O suficiente para o fazerem destacar naquela comunidade que bem definiu de “animais opinativos, uns mais racionais que outros; uns desesperados à procura de uma razão para existir, outros rindo-se com erasmiana lucidez da inutilidade de tudo.”
Julgo poder adivinhar quais os novos horizontes que se abrem ao MCB, e a importância que neles eventualmente justificará sacrificar a mui querida presença de Combustões. Combatente de várias guerras que algumas o MCB conhece, para mais, anos mais velho e, forçadamente, mais roué nesta vida, permita-me que lhe diga, agarre o tempo! Siga! Tem espaço, oportunidade e coisas para fazer.
Com confiança, meu caro Miguel Castelo-Branco, sei que lhe posso devolver os louros da Sabedoria que generosamente me atribuiu. Ponha-os mais justamente sobre si. Parabéns!
AINDA OS CLÁSSICOS
A ver se vão ainda a tempo da saison estival de leitura.
A War Like No Other: How the Athenians and Spartans Fought the Peloponnesian War de Victor Davis Hanson, com uma mui interessante recensão de E. Christian Kopff. Aqui.
E já agora, um problema e uma tese que me interessam. De David V. Hicks. Na descrição de venda: “A reissue of a classic text, "Norms and Nobility" is a provocative reappraisal of classical education that offers a workable program for contemporary school reform. David Hicks contends that the classical tradition promotes a spirit of inquiry that is concerned with the development of style and conscience, which makes it an effective and meaningful form of education. Dismissing notions that classical education is elitist and irrelevant, Hicks argues that the classical tradition can meet the needs of our increasingly technological society as well as serve as a feasible model for mass education”.
E já agora, um problema e uma tese que me interessam. De David V. Hicks. Na descrição de venda: “A reissue of a classic text, "Norms and Nobility" is a provocative reappraisal of classical education that offers a workable program for contemporary school reform. David Hicks contends that the classical tradition promotes a spirit of inquiry that is concerned with the development of style and conscience, which makes it an effective and meaningful form of education. Dismissing notions that classical education is elitist and irrelevant, Hicks argues that the classical tradition can meet the needs of our increasingly technological society as well as serve as a feasible model for mass education”.
Saturday, August 05, 2006
Estados mentais da Direita
Para Combustões "Direita", afinal, não passa hoje de "Reacção"? Excelente tópico para a rentrée...
ARTE PURA PARA UMA NOITE DE VERÃO
Sob o olhar decrépito de Von Karajan, Kathleen Battle - Frühlingsstimmen (Viena, 1987)
Sob o olhar decrépito de Von Karajan, Kathleen Battle - Frühlingsstimmen (Viena, 1987)
MEDITAÇÃO MELANCÓLICA SOBRE O EFÉMERO FEMININO
Melhor seria dizer, meditação melancólica sobre um texto do insuperável Paul Johnson sobre mulheres.
Melhor seria dizer, meditação melancólica sobre um texto do insuperável Paul Johnson sobre mulheres.
The decline and fall of the femme fatale
“My old friend Peregrine Worsthorne was deploring the other day the decline in the quality of courtesans. And it is true that those who get themselves into the headlines today, either by the voracity of their sexual appetite or their status as mistresses of prominent men, do not strike one as notably interesting or desirable. But were they ever? And what is a courtesan anyway? A lady of easy virtue with court connections? A royal whore? Nell Gwyn did not hesitate to use the word, calling herself ‘the Protestant whore’ to an angry mob hunting for well-connected papists. There is in the Correr Museum in Venice a suggestive panel painting, done by Carpaccio in 1495, and known to Ruskin and Proust, who loved it, as ‘The Courtesans’. The well-dressed ladies, rather decolleté, sit on a Venetian balcony surrounded by pet dogs and birds, done in the loving detail which was the painter’s speciality. I remember thinking, when I first saw this work in 1948, ‘so that’s what courtesans look like’ — rather dull, not jolly, bored perhaps. Alas, modern research has established that these two were ladies of the noble Preti family, whose impeccable virtues are attested to by the symbolic image of pearls, lily and handkerchief, myrtle, orange, turtledoves, parrot and female peacock, and the red pattens of the younger woman — the older one is not a procuress but simply her mother. The ladies are expecting their menfolk to return from a lagoon-hunt, shown on the companion panel, which has been rediscovered and is in the Getty. The painting is now known, boringly, as ‘Waiting’.
To descend into tedium is the destiny of most femmes fatales. St Mary Magdalen, one of my favourite female saints and the patron of courtesans, escaped this fate by becoming a holy camp-follower of Jesus and thus the heroine of painters for two millennia. There is no evidence that she was beautiful or a fallen woman — just devout and tearful, and extravagant. What happened to Helen of Troy? Merely the usual disaster of age. In the 1860s a hideous and ragged hag, scrabbling around the Acropolis, was pointed out to an English traveller: ‘Behold — Byron’s Maid of Athens.’ Do such ladies, once notorious for their beauty, prefer to live on into a decrepit seniority, as walking object-lessons in the transience of worldly delights, to the merciful release of an early death, albeit a violent one? Messalina, third wife of the Emperor Claudius and an egregious strumpet, was executed in the Lucullan Gardens, aged 26. I suspect she would have preferred to live. Not so Cleopatra, who chose the venomous asp rather than survive ‘with Phoebus’ amorous pinches black, and wrinkled deep in time’. But then she was a classy dame, a queen by right (officially Queen Cleopatra VII) who spoke the Greek of Thucydides, or at least of Plutarch. But was she, as Plutarch himself and Dio Cassius insist, a supremely beautiful woman? Dio says she also had a most seductive voice. That old French windbag, André Malraux — now undergoing a revival in Paris — once coined a saying, in a speech to Unesco, ‘Nefertiti is a face without a queen, Cleopatra is a queen without a face.’ Not true, actually. She reigned for 21 years, and constantly issued silver and bronze coins with her image on them, of which ten are in good (but not mint) condition. They do not suggest beauty. On the other hand, a marble head in the Vatican Museum, identified as hers in 1933, has been described by Guy Weill Goudchaux, the great expert on her appearance (see his chapter in the magnificent British Museum volume Cleopatra of Egypt: from History to Myth [2001]), as ‘conveying an idea of a young, fresh, wilful woman’. The nose is missing, however. It is shown as aquiline in a stone head, now in the BM, described as of Cleopatra VII but lacking the royal diadem. Nothing in history is more irrecoverable than a witty man’s conversation or a woman’s sex appeal. But there are probably good reasons why Cleopatra has inspired endless painters and poets, whereas Messalina survives merely as a term of opprobrium. Some strumpets appeal to our sympathies; others repel them. Who has not a soft spot for Perdita Robinson, so well preserved in the portraiture of the Romantic age, who ended as a tragic impoverished cripple? Or Nelson’s Lady Hamilton, once so slender and seductive in her poses — or ‘attitudes’ as she called them — but later in life a grotesque mass of flesh, and poor too?...”
Friday, August 04, 2006
PELA NOITE DENTRO
VIER LETZTE LIEDER
Respondendo à evocação sagrada d' O Misantropo.
A Grande Dame Schwarzkopf e as suas quatro açafatas, inimitáveis nas interpretações da celeste obra de Richard Strauss, tantas quantas neste recolhimento existem: Jessye Norman, Gundula Janowicz (com Karajan), Barbara Hendricks, Heather Harper...
A ilustração musical que se inclui também não é má:
Julia Varady ~- Richard Strauss - September
Julia Varady ~- Richard Strauss - September
Thursday, August 03, 2006
DA MENTALIDADE DE PELOURINHO
Não sou um admirador da personalidade grotesca e muito menos do estilo de manhosa grosseria do Dr. AJ Jardim do governo regional da Madeira. No entanto dou-lhe toda a razão na decisão tomada de proibir a divulgação na Ilha dos nomes de eventuais devedores ao Fisco. Alega Jardim que o Estado deverá ter outros meios de levar às baias os impenitentes fiscais; poderia elaborar: é uma indignidade que o Estado recorra ao "pelourinho" da denúncia pública, e que, face a cidadãos que ao Estado defraudam miseravelmente, não tenha outro recurso que não a baixaria do exibicionismo, nem outra dissuasão que o alimento da intriga e do escárneo da populaça. Vai longe o tempo em que se penduravam nas igrejas as listas dos condenados da judiaria, mas neste País de "unidades de estilo" a mentalidade bufa é a mesma.
Admite o Governo -- num triste entendimento do que seja autoridade e do que seja rigor -- que os balcões e as paredes do Ministério das Finanças podem ser arvorados em sucessores dos velhos pelourinhos onde a turbamulta cuspia, urrava e arremessava dejectos. Lamentável e revelador da mente chula e populista de quem nos governa e da impotência do Estado para sequer lidar com essa delinquência.
Mais valera e mais impressionara divulgar com arautos e trombetas nas praças públicas deste País o relato abjecto dos abusos -- quais os dos CTT -- que as clientelas políticas vão fazendo nas costas deste desgraçado povo.
SUNSET BOULEVARD
Detalhismo. Ao cuidado de Eurico de Barros
Detalhismo. Ao cuidado de Eurico de Barros
Abomino a expressão “filmes de culto”; todavia, se os há, no meu carnet tem lugar cativo Sunset Boulevard. Mesmerizados pela diva Gloria Swanson e por um soberbo William Holden, alguém reparou que os arcos do salão são modelados nos dos Grand Hotel do Buçaco, e que numa das cenas finais, num inventário das opulências barrocas da morada de Norma Desmond, se alude a um “portuguese ceiling”?
Sunset Boulevard - (final scene)
Wednesday, August 02, 2006
2 DE AGOSTO DE 1869
Oportuna lembrança d'O Misantropo.
Saudações a Junishiro Koizumi. Terá ido hoje ao Yasukuni?
Tuesday, August 01, 2006
Feira Mundial do Livro Electrónico
“São cerca de 330 mil obras em formato digital, em mais de 100 línguas, que poderão ser descarregadas gratuitamente até 4 de Agosto. A iniciativa assinala o 35º aniversário da colocação do primeiro eBook online, pelo fundador do Projecto Gutenberg, Michael Hart, a 4 de Julho de 1971; desde então, o número de textos gratuitos à disposição dos internautas não parou de aumentar, e o objectivo é chegar a um milhão em 2009.
Entre os mais de 50 títulos em língua portuguesa, encontram-se «Os Lusíadas», de Luís de Camões, várias obras de Camilo Castelo Branco, incluindo «Amor de Perdição», Eça de Queiroz («A Cidade e as Serras», «A Relíquia» e «As Farpas», com Ramalho Ortigão), Florbela Espanca («Livro de Mágoas»), Cesário Verde («O Livro de Cesário Verde»), António Nobre («Só»), Júlio Dinis («Uma Família Inglesa»), Almeida Garrett («Frei Luís de Sousa») e Fernão Lopes («Chronica de el-rei D. Pedro I»)”.
Consulte em http://worldebookfair.com/
Bilhete Postal para um Euroultramarino em férias e certamente a braços com "new-caught, sullen peoples, half-devil and half-child".
The White Man's Burden
Take up the White Man's burden--
Send forth the best ye breed--
Go bind your sons to exile
To serve your captives' need;
To wait in heavy harness,
On fluttered folk and wild--
Your new-caught, sullen peoples,
Half-devil and half-child.
Take up the White Man's burden--
In patience to abide,
To veil the threat of terror
And check the show of pride;
By open speech and simple,
An hundred times made plain
To seek another's profit,
And work another's gain.
Take up the White Man's burden--
The savage wars of peace--
Fill full the mouth of Famine
And bid the sickness cease;
And when your goal is nearest
The end for others sought,
Watch sloth and heathen Folly
Bring all your hopes to nought.
Take up the White Man's burden--
No tawdry rule of kings,
But toil of serf and sweeper--
The tale of common things.
The ports ye shall not enter,
The roads ye shall not tread,
Go mark them with your living,
And mark them with your dead.
Take up the White Man's burden--
And reap his old reward:
The blame of those ye better,
The hate of those ye guard--
The cry of hosts ye humour
(Ah, slowly!) toward the light:--
"Why brought he us from bondage,
Our loved Egyptian night?"
Take up the White Man's burden--
Ye dare not stoop to less--
Nor call too loud on Freedom
To cloke your weariness;
By all ye cry or whisper,
By all ye leave or do,
The silent, sullen peoples
Shall weigh your gods and you.
Take up the White Man's burden--
Have done with childish days--
The lightly proferred laurel,
The easy, ungrudged praise.
Comes now, to search your manhood
Through all the thankless years
Cold, edged with dear-bought wisdom,
The judgment of your peers!
Rudyard Kipling, The White Man's Burden, 1899