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Je Maintiendrai

"... Le refus de la politique militante, le privilège absolu concédé à la littérature, la liberté de l'allure, le style comme une éthique, la continuité d'une recherche". Pol Vandromme

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Monday, February 04, 2008

THE END

Os autores antigos tinham uma predilecção por discorrer sobre um topos que era o do tempo e o da oportunidade das coisas na vida, e sobre a virtù dos homens que as sabiam reconhecer, com os ajustados e consequentes actos de acção, que muitas vezes são de renúncia. Assim é; tudo na vida tem o seu tempo: sobretudo os tempos que balizam o nascimento e os tempos que determinam o fim das coisas.
O tempo deste blog chegou ao fim. Há pouco mais de dois anos nasceu com o compromisso assumido pelo seu autor de manter um ritmo e um caudal que era o devido a quem por ele teve a amabilidade de se interessar. Responsabilidade que sinto hoje ser difícil de assumir e que me não contenta seja resgatada pela aposição periódica de cromos e um que outro palpite que me vai sabendo a sem graça e sem glória. Por outro lado, as circunstâncias da vida obrigar-me-ão em breve a trocar esta terra por outras mais distantes, onde o tempo, o espaço, as coisas e as gentes me imporão outros ritmos e outras dispersões de espírito incompatíveis com a manutenção deste blog.
As despedidas devem ser curtas e sinceras. Assim, uma saudação muito cordial aos meus leitores e comentadores habituais, que não me custa considerar como um tipo de amigos, numa dimensão virtual que me era desconhecida. Sobretudo, à agradável confraria, onde me aceitaram arrastando as cadeiras e fazendo espaço para mais um à mesa da tertúlia. Com todos aprendi, pensei, deleitei-me; continuarei a frequentar os espaços que cada um continuar a oferecer. Possivelmente, até a vida proporcionará a ocasião de um que outro encontrar pessoalmente. Bem hajam. Retomo agora a minha postura de leitor e de v/ admirador.
Uma última coisa: nasceu este blog sob o signo do anonimato, assumido com muito entranhado pendor para a discrição. A discrição excitou curiosidades e pseudo-identificações; coisas de portugueses. Devo por isso desculpas pelos incómodos inquisitivos e inquisitórios causados a pelo menos duas pessoas – das quais um amigo – que, tão frequente como infundadamente, foram identificadas como autores deste blog. Com proveito meu, mas certamente com incómodo para eles.
Até sempre. Ave atque vale!

Sunday, February 03, 2008

LAST POST
"In the British army a particularly haunting bugle call was once used to sound the retreat at the end of the fighting day. The same call was subsequently adopted for the nightly ritual of the lowering of the flag and the mounting of the guard. It acquired a suitably conclusive tide — 'Last Post'…
Sounded by a solitary bugler, all present standing hushed to atten­tion, the staccato phrasing seems to echo like a plaintive valedictory across the parade grounds of memory. Even as its final cadenza dies away on the breeze, it catches the unwary with a last, long drawn-out note. The flag is lowered and furled and, like a sentence unfinished, the note lingers on the stilled air. Long after the bugler has about-turned and marched away, this tune that has no words troubles the mind, evoking the ghosts of places past.
In the tropical East, where the sun sets at much the same time throughout the year, the evening's 'Last Post' often coincided with the Muslim call to prayer or the gongs and bells of a nearby temple. Together they came to comprise a reassuring recessional at day's end. The scent-laden air, once the sting of its heat had been drawn by the lengthening shadows, seemed at last to stir in moist sympathy with these serenades to silence and repose. Somewhere the flag had been furled and the watch had been set. Peace reigned; empires came off duty. Into crystal glasses tinkled ice cubes while rattan roofing reawoke to the first tut-tuts of the pale nocturnal lizard which Malays call the chik-chak. "You might think', wrote the novelist Somerset Maugham, 'that it was chuckling with amusement at the white men who come and go and leave all things as they were…”

Friday, February 01, 2008


CARTAS DE INGLATERRA – IX (Last)

ONE WORLD IS NOT ENOUGH

A morte de Sir Edmund Hillary e um muito belo post de Miguel Castelo-Branco sobre os últimos heróis -- ou melhor, sobre a própria morte do conceito clássico de herói – recordou-me a fortuna de ter conhecido pessoalmente dois exemplares dessa espécie já rarefeita na superfície do globo: Sir Fitzroy Maclean of Dunconnel, e Charles Ralph Boxer; o primeiro desaparecido em 1996, e o segundo, alguns anos depois, em 2000. Com Maclean foi um encontro fortuito, apresentado pelo primo Archie num almoço no Reform Club onde como invited guest perorava não sei já que MP.
Archie tinha boas relações forjadas com Maclean em Westminster e depois da função ficou sentado num dos recantos do club a falar com o velho major-general, à altura MP do Conselho da Europa. Não me lembro quanto tempo, mas o suficiente para me deixar observar à vontade o lendário Sir Fitzeroy. Era um homem com as linhas viris e as marcas que anos de mando enérgico deixam estampadas num rosto. A máscara de um romano antigo, grave e lacónico, com um olhar e um rasgo de boca de indisfarçável sarcasmo ou crueldade. Pelo menos assim mo impelia a imaginar a carreira invulgar do diplomata, do militar, do linguista e do sovietólogo que percorrera a Rússia em pleno estalinismo, do escritor e viajante da Ásia Central, o historiador da Escócia e o biógrafo do Marechal Tito e de Guy Burgess.
Um dos primeiros membros da SAS, Maclean distinguiu-se nas maiores durezas da guerra do Médio Oriente, e em 1943 Churchill encarregou-o pessoalmente de se lançar em páraquedas na Juguslávia, contactar com os partisans de Tito e, nas próprias palavras de Maclean, "simply to find out who was killing the most Germans and suggest means by which we could help them to kill more." Um dos melhores retratos do poderoso carácter de Maclean é a biografia escrita pela própria mulher, Lady Veronica Fraser-Phipps -- Past Forgetting: A Memoir of Heroes, Adventure, Love and Life With Fitzroy Maclean – e à última imagem de Sir Fitzroy Maclean -- que aqui reproduzo -- via-a num livro sobre livros e bibliotecas. Vestido no tartan com as cores de uma estirpe antiga de guerreiros, rodeado de livros, de globos, de recordações de todo um mundo que ia da Escócia à Ásia Central; aí, na sua livraria de Strachur House, o general parece preparar-se para dar uma derradeira e mal-disposta voz de assalto à eternidade.
A Charles Boxer pude conhecer melhor porque era visita de família nas suas ocasionais vindas a Lisboa. O também já velho militar doublé de académico era um gentleman simpático, de fisionomia sorridente a que era alheia qualquer sombra de dureza. O tipo clássico da landed gentry inglesa que viu o mundo pelas vicissitudes da diplomacia ou da guerra. Era um charmeur e, a mais, havia nele uma qualquer ambiguidade difícil de definir e que teria a ver com uma exposição prolongada a uma Ásia que também não era a de Maclean. E curiosamente, se Maclean recebera a sua formação em Eton, Boxer tivera-a na academia militar de Sandhurst, filho de um dos caídos na batalha de Ypres. À carreira de académico, --detentor da Camões Chair of Portuguese no King’s College, e de Professor de História do Estremo Oriente na Scool of Oriental and African Studies de Londres – Boxer fizera-a anteceder por outra militar, não menos brilhante. Treinado militarmente como especialista em assuntos nipónicos, Boxer fez grande parte da sua carreira na China e no Japão como oficial da intelligence britânica. Ferido e capturado pelos Japoneses durante a queda de Hong Kong em 1940 passou o melhor de 5 anos em cativeiro. Um cativeiro lendário, onde – ao contrário dos ícones sofridos ao estilo de Merry Xmas Mr. Lawrence -- se impusera ao respeito nipónico por uma inculturação de gentleman, e que ia da especialização na historiografia asiática ou do requinte do bibliófilo, à prática então pioneira para um ocidental da arte do kendo; uma lenda heróica, ligeiramente tingida nos últimos anos.
Num artigo publicado em 2001 no The Guardian, Hywel Williams sugeria a defecção de Boxer durante o seu internamento no Japão, o resultado pervertido de um carácter complexo "under the spell of the Japanese cultural style, its combination of intellectual-aesthetic refinement and power politics." A exemplo da "the Philby-Burgess-Maclean-Blunt generation of English intellectuals who embraced Marxist communism in Soviet form", no Japão, Boxer, segundo Williams, como "other members of his social class, had found another country and another cause in the East". Tal como as acusações atiradas a Maclean de se ter especializado no assassinato frio no Médio Oriente e na Juguslávia, essas sombras sobre o carácter de Boxer (como as acusações, aliás excessivas, de ter sustentado historiograficamente alguma da black legend do império português), também se dissiparam com o correr dos anos.


Hoje, nas suas patentes ou latentes contradições, Boxer, como Maclean, impressionam sobretudo por pertencerem ainda ao mundo dos empire builders que os antecediam numa geração, a geração que encarava o mundo como um desafio pessoal respondido numa dimensão tão individualista quanto caleidoscópica, vertiginosa mas frequentemente íntima. Uma “estética de energia” que frequentemente conduzia a uma maravilhosa distorção da realidade e sustentava os dramáticos arroubos que simplisticamente e desde o mundo antigo se classificam de heroísmos. Eram os homens para quem one world is not enough - como Boxer gostava de dizer, citando o velho motto daqueles inacianos de além-mar que tanto estudou na epopeia do Japão nanban.
Numa maneira muito própria, Maclean e Boxer foram indiscutidas personificações de um tipo de herói, fascinantes homens de acção nas dimensões simultâneas do físico e do intelecto, que só o meio e, sobretudo, os cânones do velho ensino britânico conseguiram produzir em termos de aproximação a modelos bem mais antigos e bem mais clássicos de considerar o mundo e de considerar os homens. Como acontece frequentemente com ingleses da mesma linha, debalde se procurarão noutros cantos da Europa os símiles destes personagens. Se o mundo nórdico é geralmente pouco refinado, o mundo latino, já o notava Eça, não conjuga a miscibilidade das duas dimensões; o que a Espanha, a Itália e a França apresentam de semelhante é geralmente pouco convincente e raia mesmo o burlesco. Salvaguardadas as respectivas proporções, Fitzroy Maclean na Rússia ou Charles Boxer na China, como T.E.Lawrence no Oriente Médio ou R.F.Burton no Nilo e na Índia, foram, de facto, personificações paradigmáticas do que o Miguel bem definiu como uma “raça de gigantes que passou de moda”.



Hoje, escreve ele, “os tempos de glória - glória mercenária, glória para marketing - ou vão para os gladiadores dos tempos modernos (os futebolistas, os motoqueiros, os corredores da Fórmula 1) ou para os santos laicos das ditas grandes causas que se profissionalizaram na arte de condoer o coração dos telespectadores... Os Life Aid, os Médicos disto e daquilo, as ONG's, os profetas do descalabro ambiental, todos eles, são a negação dessa heroicidade que se fazia de rasgos individuais de ousadia extrema. Os horizontes fecharam-se para as grandes aventuras individuais, todo o planeta deixou de ser mistério: há estradas, telefones, internet e hotéis no Tibete e nas estepes da Ásia Central, paquetes de luxo nos mares do Ártico, turismo exótico no Pólo Sul, para ver baleias e focas, Massai de telemóvel em riste no Quénia, heliportos no coração da Amazónia, satélites e GP'S para navegadores solitários perseguidos pela CNN. O mundo perdeu a magia e o feitiço. O aventureiro que sente a tentação do risco africano já não encontra leões e outras feras, nem povos selvícolas nem antropófagos. Encontrará, sim, uma rede inextrincável de desastres causados pela mão do homem, caçadores de homens de Kalashnikov em riste, de óculos Ray-Ban e flamejantes relógios de ouro embutidos com diamantes. A geração dos gigantes e dos heróis passou à história. O mundo, sem eles, pertence ao homem-massa, ávido de glória remunerada e do reconhecimento no novo Gotha da plebe que é o Guinness. O risco pelo risco não eleva ninguém; antes rebaixa. Os "desportos radicais" são, neste particular, a maior abjecção do heroísmo, pois o herói não procura a morte, enfrenta-a e vence-a quando inopinadamente esta lhe surge no caminho. O mundo tornou-se, decididamente, numa enorme capoeira...”

Em fundo: H.M. Royal Marines Band - “Lawrence of Arabia

A Caminho - Deserto e Heródoto

"The English Patient"

Wednesday, January 30, 2008

EM PREPARATIVOS PARA A TRAVESSIA DO DESERTO - II

T.E. Lawrence


















































EM PREPARATIVOS PARA A TRAVESSIA DO DESERTO - I

Richard Francis Burton







































Tuesday, January 29, 2008

C'est oú?

Ute Lemper/Kurt Weill - "Youkali"

C'est presqu'au bout du monde
Ma barque vagabonde
Errant au gré de l'onde
M'y conduisit un jour

L'île est toute petite
Mais la fée que l'habite
Gentiment nous invite
A en faire le tour
Youkali
C'est le pays de nos désirs
Youkali

C'est le bonheur, c'est le plaisir
Youkali
C'est la terre où l'on quitte tous les soucis
C'est, dans notre nuit, comme une éclaircie
L'étoile qu'on suit
C'est Youkali
Youkali
C'est le respect de tous les voeux échangés
Youkali
C'est le pays des beaux amours partagés
C'est l'espérance
Qui est au coeur de tous les humains
La délivrance
Que nous attendons tous pour demain
Youkali
C'est le pays de nos désirs
Youkali
C'est le bonheur, c'est le plaisir
Mais c'est un rêve, une folie
Il n'y a pas de Youkali
Et la vie nous entraîne
Lassante, quotidienne
Mais la pauvre âme humaine
Cherchant partout l'oubli
A, pour quitter la terre
Se trouver le mystère
Où rêves se terrent
En quelque Youkali
Youkali
C'est le pays de nos désirs
Youkali
C'est le bonheur, c'est le plaisir
Youkali
C'est la terre où l'on quitte tous les soucis
C'est, dans notre nuit, comme une éclaircie
L'étoile qu'on suit
C'est Youkali
Youkali
C'est le respect de tous les voeux échangés
Youkali
C'est le pays des beaux amours partagés
C'est l'espérance
Qui est au coeur de tous les humains
La délivrance
Que nous attendons tous pour demain
Youkali
C'est le pays de nos désirs
Youkali
C'est le bonheur, c'est le plaisir
Mais c'est un rêve, une folie
Il n'y a pas de Youkali

Monday, January 28, 2008

Um presente para o Jansenista.

(A ver se pinga mais qualquer coisa da sua adega).

Sunday, January 27, 2008

Zarah leander-Bruno Balz "davon geht die welt nicht unter"

Chega de Japão. E para honrar o excelente Riesling que aqui, por mão amiga, acaba de aterrar, vamos imaginar que estamos na Brasserie Lipp. Para alguma coisa servirão os Franceses.

弓道 - Kiudo

Saturday, January 26, 2008

PELA NOITE DENTRO

Japão Sortido








さくら - Sakura

Friday, January 25, 2008


HOMENAGEM A NAKAYAMA HAKUDO (1873-1958)


"The ethics of swordsmanship, Mr. Nakayama wishes to clarify, is not in aggressive manslaughter. It lies primarily in psychic training. In the same manner in which the Yogis developed their physical inhibition to attain meditative states for higher psychical conditions, kendo trains the nervous system to respond, making awkward conscious efforts into reflex. The instrument, the sword, is necessary to give that serious frame of mind. What is more serious than life as forfeit for mistakes or inattention? The cold, mirror-like glimmer of the blade facing you, you cannot but be serious. The behavioristic school of psychology is well in accordance to this principle".
Kimura Shoji (1926)
A pensar na Miss Pearls (que em linhas despretenciosas revela o espírito adequado a estas andanças, que é querer saber mais sem receios de mostrar que sabe pouco) uma homenagem a um dos maiores mestres de sempre das artes e da via da espada. No fabuloso documentário acima, reparar ao minuto 3.08 o já venerando Nakayama na demonstração das kata de iaido, e ao minuto 5 a mágica performance das kata de kendo perante o Imperador Hirohito.

Banalidade e Vulgaridade do Mal
Recorda o Jansenista alguns considerandos sobre o pernicioso cliché da banalidade do mal, e ilustra-os com bem impressionantes imagens do julgamento de Eichmann. A propósito, apetecia-me contrapor e escrever mais sobre o mais impressivo conceito da vulgaridade do mal. Mas a pena anda seca e sacrifico a prosa à associação de ideias; lá vão, pois, as duas excelentes performances de Burt Lancaster e Spencer Tracy em Judgement at Nuremberg.

Wednesday, January 23, 2008

De volta a bom porto
E calha bem tornar a falar em barcos porque ninguém se lembrou da chegada d'el-Rei D. João VI ao Brasil. Foi a 28 de Janeiro de 1808 e os Brasileiros de hoje não se esqueceram. O bom do Rei bem chamava a isto "o seu canapé na Europa"...

Saturday, January 19, 2008


AGORA É QUE É!

Preparativos para nos fazermos ao mar...


































Desenhos do Comandante Pinto Basto, do Capitão Menezes Ferreira e de Carlos da Motta e Silva para Marinheiros de Portugal (1923), do Almirante D. Bernardo de Mesquitella, já aqui falado.
Em fundo: Hans Albers, Auf der Reeperbahn -

Friday, January 18, 2008

CLICHÉS BRITÂNICOS

Chesterfield & L. Bacall



“…There is a sort of veteran women of condition, who hav­ing lived always in the grand monde, and having possibly had some gallantries, together with the experience of five-and-twenty, or thirty years, form a young fellow better than all the rules that can be given him. These women, being past their bloom, are extremely flattered by the least attention from a young fellow; and they will point out to him those manners and attentions that pleased and en­gaged them, when they were in the pride of their youth and beauty. Wherever you go, make some of those women your friends; which a very little matter will do. Ask their advice, tell them your doubts or difficulties as to your behaviour; but take great care not to drop one word of their experience; for experience implies age; and the suspicion of age, no woman, let her be ever so old, ever forgives..."

Lord Chesterfiel Letters to his Son (11.1.1750)

Frescuras Francesas







Se fosse hoje, Maurice Chevalier estava frito...
Em fundo: M. Chevalier, Thank Heaven for little girls

Thursday, January 17, 2008

DIVAGAÇÕES NEFELIBATAS

RITA, JAGUAR & NOEL





















Wednesday, January 16, 2008

BEM HAJA BAIANO

Dorival Caymmi

Carmen Miranda - "O Que É Que A Baiana Tem?"

As simpáticas referências que além, da discreta blogosfera comentarista, vêm na blogosfera activa – aqui, aqui, aqui e aqui – ao aniversário modesto desta casa dão-me boa razão para me sentir “baiana” com tanta riqueza de confraria: “tem linkes de blogue de ouro tem, tem blogue de seda tem, tem blogue rendado tem, tem comentário enfeitado tem, tem graça como ninguém…”

Tuesday, January 15, 2008



PERMITIDME TUTEAROS, IMBÉCILES

Com este título frontal, o escritor Arturo Pérez-Reverte, autor de El Maestro de Esgrima e do famosíssimo Capitán Alatriste, dispara os mosquetes e demais artilharia. Cojonudo, diria um amigo meu do reino de lá. E isto onde até a vida não é má. Imagine-se agora no outro vizinho onde a vida é francamente má e a frescura a mesma…

"Cuadrilla de golfos apandadores, unos y otros. Refraneros casticistas analfabetos de la derecha. Demagogos iletrados de la izquierda. Presidente de este Gobierno. Ex presidente del otro. Jefe de la patética oposición. Secretarios generales de partidos nacionales o de partidos autonómicos. Ministros y ex ministros – aquí matizaré ministros y ministras– de Educación y Cultura. Consejeros varios. Etcétera. No quiero que acabe el mes sin mentaros – el tuteo es deliberado – a la madre. Y me refiero a la madre de todos cuantos habéis tenido en vuestras manos infames la enseñanza pública en los últimos veinte o treinta años. De cuantos hacéis posible que este autocomplaciente país de mierda sea un país de más mierda todavía. De vosotros, torpes irresponsables, que extirpasteis de las aulas el latín, el griego, la Historia, la Literatura, la Geografía, el análisis inteligente, la capacidad de leer y por tanto de comprender el mundo, ciencias incluidas. De quienes, por incompetencia y desvergüenza, sois culpables de que España figure entre los países más incultos de Europa, nuestros jóvenes carezcan de comprensión lectora, los colegios privados se distancien cada vez más de los públicos en calidad de enseñanza, y los alumnos estén por debajo de la media en todas las materias evaluadas.
Pero lo peor no es eso. Lo que me hace hervir la sangre es vuestra arrogante impunidad, vuestra ausencia de autocrítica y vuestra cateta contumacia. Aquí, como de costumbre, nadie asume la culpa de nada. Hace menos de un mes, al publicarse los desoladores datos del informe Pisa 2006, a los meapilas del Pepé les faltó tiempo para echar la culpa de todo a la Logse de Maravall y Solana –que, es cierto, deberían ser ahorcados tras un juicio de Nuremberg cultural – pasando por alto que durante dos legislaturas, o sea, ocho años de posterior gobierno, el amigo Ansar y sus secuaces se estuvieron tocando literalmente la flor en materia de Educación, destrozando la enseñanza pública en beneficio de la privada y permitiendo, a cambio de pasteleo electoral, que cada cacique de pueblo hiciera su negocio en diecisiete sistemas educativos distintos, ajenos unos a otros, con efectos devastadores en el País Vasco y Cataluña.
Y en cuanto al Pesoe que ahora nos conduce a la Arcadia feliz, ahí están las reacciones oficiales, con una consejera de Educación de la Junta de Andalucía, por ejemplo, que tras veinte años de gobierno ininterrumpido en su feudo, donde la cultura roza el subdesarrollo, tiene la desfachatez de cargarle el muerto al «retraso histórico». O una ministra de Educación, la señora Cabrera, capaz de afirmar impávida que los datos están fuera de contexto, que los alumnos españoles funcionan de maravilla, que «el sistema educativo español no sólo lo hace bien, sino que lo hace muy bien» y que éste no ha fracasado porque «es capaz de responder a los retos que tiene la sociedad», entre ellos el de que «los jóvenes tienen su propio lenguaje: el chat y el sms». Con dos cojones.
Pero lo mejor ha sido lo tuyo, presidente – recuérdame que te lo comente la próxima vez que vayas a hacerte una foto a la Real Academia Española . Deslumbrante, lo juro, eso de que «lo que más determina la educación de cada generación es la educación de sus padres», aunque tampoco estuvo mal lo de «hemos tenido muchas generaciones en España con un bajo rendimiento educativo, fruto del país que tenemos». Dicho de otro modo, lumbrera: que después de dos mil años de Hispania grecorromana, de Quintiliano a Miguel Delibes pasando por Cervantes, Quevedo, Galdós, Clarín o Machado, la gente buena, la culta, la preparada, la que por fin va a sacar a España del hoyo, vendrá en los próximos años, al fin, gracias a futuros padres felizmente formados por tus ministros y ministras, tus Loes, tus educaciones para la ciudadanía, tu género y génera, tus pedagogos cantamañanas, tu falta de autoridad en las aulas, tu igualitarismo escolar en la mediocridad y falta de incentivo al esfuerzo, tus universitarios apáticos y tus alumnos de cuatro suspensos y tira p’alante.
Pues la culpa de que ahora la cosa ande chunga, la causa de tanto disparate, descoordinación, confusión y agrafía, no la tenéis los políticos culturalmente planos. Niet. La tiene el bajo rendimiento educativo de Ortega y Gasset, Unamuno, Cajal, Menéndez Pidal, Manuel Seco, Julián Marías o Gregorio Salvador, o el de la gente que estudió bajo el franquismo: Juan Marsé, Muñoz Molina, Carmen Iglesias, José Manuel Sánchez Ron, Ignacio Bosque, Margarita Salas, Luis Mateo Díez, Álvaro Pombo, Francisco Rico y algunos otros analfabetos, padres o no, entre los que generacionalmente me incluyo.
Qué miedo me dais algunos, rediós. En serio. Cuánto más peligro tiene un imbécil que un malvado."

ASSEMBLEIA GERAL!

Sob o brilho resplandecente da afirmação de meu bisavô – “o mal deste país vem da súbita respeitabilidade que nele adquiriram os banqueiros” – aqui vai, em cima da ocasião, uma molhada de parabéns:
Ao Sr. Berardo não o felicito porque é useiro e vezeiro nestes sucessos, como bem o sabem pela África Setentrional.
Ao taco-de-pia que preside ao Banco de Portugal, sim, por facilitar a compreensão de muito daquilo que se diz do PS.
Aos cleptocratas africanos, parabéns pela vitória do capital depositado e da negritude (do petróleo) sobre a debilidade ou complacência orificial de mixordeiros arvorados em banqueiros e financeiros, de avental ou comunhão diária; é indiferente.
Aos srs. capitaleiros Finos, Moniz da Maia & Ulrich muitos parabéns por finalmente demonstrarem a incapacidade para serem aquilo que há duas geraçõezitas de burguesia endinheirada procuraram afanosamente provar: que são Senhores como os outros.
A Santos Ferreira uma bacalhauzada merecida por se manter igual a si próprio.
Sobretudo aos srs. Jardim Gonçalves e demais confraria da Opus – depois de limparem as manitas à parede -- muitos, mas muitos parabéns por se revelarem aquilo que sempre se suspeitou serem. Venha de lá um abraço também a Paulo Teixeira Pinto (sem discorrer sobre as ninharias da co-responsabilidade) por se pôr a andar a tempo.
Finalmente, ao nosso Engenheiro preferido os muito sinceros parabéns por garantir in coeli aos homens de boa vontade a contumaz verdade d'El-Rei D. Carlos: “um país de bananas, governado por um bando de s…s

ZUT!
Confesso que me esqueci completamente que este blog fez dois anos no passado dia 16 de Dezembro! É da praxe anunciar, não é?

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