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Je Maintiendrai

"... Le refus de la politique militante, le privilège absolu concédé à la littérature, la liberté de l'allure, le style comme une éthique, la continuité d'une recherche". Pol Vandromme

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Friday, September 29, 2006






YUSSUPOV E OS CIGARROS DO MEU AVÔ

Toda a vida conheci o meu Avô a fumar, e a fumar sempre os mesmos cigarros: tabaco leve envolvido num papel escuro com uma boquilha de folha dourada. O meu Avô chamava-lhes “os cigarros do Yussupov”. Chegavam-lhe de Londres em cigarreiras de cartão ou em latinhas cilíndricas com um fascinante rótulo preto onde uma águia imperial russa brilhava a oiro sob a marca mágica - Sobranie Black Russian. Ambicionados tesouros que, depois de esvaziados, passavam à minha mão para guardar os berlindes que substituíam nas latas o requintado tabaco do meu Avô; imaginava eu lá que misteriosas propriedades poderiam ganhar os meus preciosos abafadores, belgas e olhos de boi postos sob a tutela veneranda da águia bifronte dos Romanoff!
Meu Avô conhecera, creio que em Londres e ignoro em que circunstâncias, o Príncipe Felix Felixovich Yussupov – ou, como então se escrevia, Youssupoff – o mais prestigiado dos carrascos do starets Rasputine naquela noite fatal de Dezembro de 1916. Depois, ao longo dos anos, mantivera em casa do meu Tio Pierre um contacto ocasional com o velho senhor, um bel ténébreux que em Paris sobrevivia razoavelmente à custa da venda dos Rembrandt com que conseguira escapar-se durante os acidentes da Revolução de Outubro. Já não sei contar bem a história, mas ao que parece, um certo dia, pelo preço de uma cigarreira de prata carregada de Black Russian, Yussupov convenceu o meu Avô a ceder-lhe uma garrafa de excelente Madeira (a corte de S.Petersburgo fora a maior consumidora mundial de Madeira). Para o meu então jovem Avô foi um coup de foudre tabagístico que nunca esmoreceu ao longo da vida, mesmo durante a terrível crise provocada um dia por Mademoiselle Anne.
Algures durante a Guerra, viúva e regressada de Paris, a minha Tia trouxera consigo uma dama de companhia, essa M.lle Anne, uma “russe blanche”, filha de um qualquer adc do Tsar que meu tio Pierre conhecera e ajudara. Muitos anos depois era eu frequentador assíduo do bastião francófono que era a grande casa de minha Tia, à Av. Duque de Ávila, e estou a ver com os olhos dos meus 10 ou 12 anos a imagem de M.lle Anne. Era já uma velha senhora com um rosto de uma palidez assombrosa enquadrado por um cabelo alvíssimo apanhado em diáfana rede, a boca traçada num risco fino e um olhar cansado. Exprimia-se em francês num tom arrastado que me soava estranho e deslizava fantasmagoricamente pelos longos corredores silenciosos da casa de minha tia. Passavam as duas damas a tarde a fumar, a ler e, cada uma por seu lado, a deitar as cartas de infindáveis paciências regadas a chá preto, a recordar os dias de Paris, a elogiar Salazar, e, ocasionalmente, a ansiar pelas reprises da Balalaika onde Nelson Eddy e Ilona Massey consagravam na tela o drama glorioso da Rússia Branca no exílio.
Aos sábados, vindo da velha pastelaria Colombo, meu Avô passava pela casa da irmã, minha Tia, a falar de tudo e a falar do nada que era a conversa daqueles dois irmãos sozinhos numa família à beira de se acabar. Numa dessas tardes, meu Avô caíra na asneira de contar a historieta dos cigarros e da botelha de Madeira a M.lle Anne. Ora, ao que parece e sabe-se lá porquê, Yussupov não tinha uma cotação elevada no carnet de exílio de M.lle Anne, e a invocação do fantasma provocou na velha dama uma inusitadíssima metralha de impropérios em francês antigo, deixando os meus familiares bouche bée e razoavelmente pulverizada a imagem dos costumes, da inteligência e do patriotismo do pobre Príncipe. A bem dizer, vindo da beatitude de uma mesa na Colombo (onde religiosamente devorava um prato inteiro de éclairs de chocolate que rematava com a sessão de fumo em casa da irmã) ao meu Avô bem lhe importavam os mexericos da corte desaparecida de Tzarskoye-Selo; o pior é que M.lle Anne, despertado não sei que mau génio e à falta de melhor, passou a materializar e a multiplicar o fantasma de Félix Felixovitch por cada um dos cigarros do meu Avô e consequentemente – apesar de consumidora inveterada de Gitanes -- a embirrar com cada uma dessas sessões de fumo de Black Russian com que meu Avô envolvia os seus circunlóquios com a irmã. Declarou-se asmática e alérgica, tísica e oftalmologicamente perturbada, e, ante a indiferença calculadamente bolchevista do meu Avô e o silêncio teosófico da minha Tia, retirava-se invariavelmente pelo corredor gorgolejando “un menteur, un traitre, un rastaquouère…”, e porventura ainda outros mimos presume-se que atirados a zunir por cima da cabeça do meu Avô à memória do pobre Félix Felixovich Yussupov.
Já morreram todos. No outro dia, em Londres, apanhei-me a olhar para dentro de uma montra onde, em socalcos de tabacos variados, negrejava uma caixa de Black Russian com a tal águia dourada do Tsar. Parece que a coisa nada tem a ver com a antiga, é caríssima e vale pouco, produzida quase exclusivamente para consumo de uma clientela de parvenus moscovitas pela casa Gallaher. Contudo, lembrou-me os meus berlindes, a casa da Duque de Ávila, o meu Avô, e, mais do que isso, veio-me à memória uma voz nasalada a murmurar-me divertido, “lá está o estupor da russa a pegar com os cigarros do Youssupoff!

Thursday, September 28, 2006


RUPERT BROOKE
REVISITADO

" . . .all that could be kind and interesting, substantial and good-hearted . . . he had such a gift with people, and such sanity and force . . ."
Virginia Woolf

DUST
When the white flame in us is gone,
And we that lost the world's delight
Stiffen in darkness, left alone
To crumble in our separate night;
When your swift hair is quiet in death,
And through the lips corruption thrust
Has stilled the labour of my breath
-- When we are dust, when we are dust! --
Not dead, not undesirous yet,
Still sentient, still unsatisfied,
We'll ride the air, and shine, and flit,
Around the places where we died,
And dance as dust before the sun,
And light of foot, and unconfined,
Hurry from road to road, and run
About the errands of the wind.
And every mote, on earth or air,
Will speed and gleam, down later days,
And like a secret pilgrim fare
By eager and invisible ways,
Nor ever rest, nor ever lie,
Till, beyond thinking, out of view,
One mote of all the dust that's I
Shall meet one atom that was you.
Then in some garden hushed from wind,
Warm in a sunset's afterglow,
The lovers in the flowers will find
A sweet and strange unquiet grow
Upon the peace; and, past desiring,
So high a beauty in the air,
And such a light, and such a quiring,
And such a radiant ecstasy there,
They'll know not if it's fire, or dew,
Or out of earth, or in the height,
Singing, or flame, or scent, or hue,
Or two that pass, in light, to light,
Out of the garden, higher, higher. . . .
But in that instant they shall learn
The shattering ecstasy of our fire,
And the weak passionless hearts will burn
And faint in that amazing glow,
Until the darkness close above;
And they will know
-- poor fools, they'll know! --
One moment, what it is to love.



NOTÍCIAS DA TERRA DAS MENINAS

Já somos, deixa-me ver, um, dois, três, a falar disto:

"Os "transnacionais"
Segundo o semanário O Sol, há 27% de portugueses que preferiam ser espanhóis; podem ir com Deus! E talvez sirvam para compensar a saída de vascos, catalães e galegos que não querem ser espanhóis. Deve dar ela por ela e feitas as contas ficamos a ganhar.Também uma vez mais, do lado de cá, a brigada "ilustrada", "desempoeirada", sem "fantasmas", sorridente a ouvir J. M. Aznar em new look, se dedicou aos elogios grandiloquentes aos vizinhos. Para terem uma noção de como eles nos vêem, folheiem, com atenção, as edições de 3ª feira, 26 de Setembro de ABC, El País, El Mundo e La Vanguardia; em primeira página, nem uma referência; no interior, Cavaco Silva aparece, a propósito do anúncio da nova gravidez da Princesa das Astúrias, D. Letizia.Total ignorância, quase desprezo."(in Jaime Nogueira Pinto, Futuro Presente)

Wednesday, September 27, 2006




De como um passeio de Pedro Guedes à Torre de Belém pode estar tão próximo de um passeio nas ruas da velha Malaca





MUSÉE

Se elas faltassem, aqui está uma excelente desculpa para dar um salto a Paris e visitar o recém inaugurado Musée des Arts Décoratifs.

UM DIA DESGRAÇADO

A enterrar à custa de um gimlet e de uma hora de Bream

Homenagem a Julian Bream . Em dueto consigo próprio: "Fandango" - Boccherini


Tuesday, September 26, 2006




CURZON vs. WILDE

A Confrade da Bomba, traz hoje um apontamento wildeano, que me lembra outro, saboroso, bem sugestivo do ambiente e do espírito da época:

“…The Crabbet was founded by Sir Wilfrid Scawen Blunt, the satyric travel­ler, poet and campaigner for Irish and Egyptian nationalism. Although he modelled himself on Byron (whose granddaughter he married) he was, like his cousin George Wyndham, a man whose talents were too diffuse for him to achieve a great deal in any field, and the principal tri­umphs of his life were philanderous. While he despised the Souls as a group, he liked them enough as individuals to attempt, with varying degrees of success, the seduction of their women, and to invite some of their men to the annual weekend of the Crabbet Club at his Sussex home. The club's purpose, as defined by Wyndham, was 'to play lawn tennis, the piano, the fool and other instruments of gaiety', but the chief event of the weekend was the yearly poetry competition.
Although he was nearly twenty years younger than Blunt and dis­agreed with most of his political views, Curzon was an enthusiastic member of the Crabbet Club. He liked his host but regarded him as an 'incorrigible charlatan' and once, after encountering him in Egypt, wrote in his diary: 'My dear Wilfrid, your poetry is delightful and your morals, though deplorable, enchanting. But why are you a traitor to your country?' Curzon was elected to the club in 1891 at the same time as Oscar Wilde, and his 'diablerie" immediately got the better of him. Appointed to the role of 'devil's advocate' to oppose Wilde's candida­ture, Curzon embarked on a clever, amusing and unkind speech about sodomy and the treatment of the subject in The Picture of Dorian Gray. 'Poor Oscar', noted Blunt, 'sat helplessly smiling, a fat mass, in his chair,' but pulled himself together to make a witty reply. To the mingled amusement and embarrassment of the other members, the duel contin­ued long into the night, brilliant and ferocious, recalled Blunt, who doubted 'if anything better was ever heard, even from Disraeli in his best days'. Several years later, when Wilde was in exile and Curzon was Viceroy, the playwright described his antagonist's speech as the height of bad taste and claimed that everyone had roared with laughter at his own. But at the end, he said, Curzon had been charming and apologetic, and the talking had continued until dawn. Then the younger men, including Curzon and Wyndham, had gone for a swim in the lake and afterwards, in Wilde's words, they had begun 'playing lawn tennis, just as they were, stark naked, the future rulers of England'. Blunt's daughter remembered Wilde also playing tennis, “a great wobbly blancmange trying to serve underhand”. He never went to Crabbet again.”

David, Gilmour, Curzon.Imperial Statesman, pp. 103-104

Monday, September 25, 2006


Por conta da espanhola
Eu bem tento, mas é impossível. Concentro-me, procuro pensar, insisto, mas a mentecapta lá está, de luto vestida, ensaiando uma coreografia de S. Vito e animada por um insolente grasnar que deixa aturdido o pobre do Aznar. Lobrigo depois na arena o Dias Loureiro, de melena mas já esquecida a bigodaça dos tempos em que era paisano; já zonzo, ainda dá para perceber que lá para o burladero o odioso estrábico também se agita pequenitote a prometer faladüra de “professor politólogo”. Gente boa e de mérito também pelas cadeiras deste programa fandango e a outra, muita, aquela da respeitabilidade duvidosa que ainda hoje o confrade das Combustões bem definiu. Mas saio vencido: é demais pr’a mim. Do Aznar, só quem não está habituado ao discurso oficial da nomenclatura espanhola, é que ainda se ilude: por dentro lá vai ruminando o que qualquer espanhol com cabeça vem pensando desde o tempo de Afonso XIII: hablar, hablar, tontitos. E o tipo tem má pinta, também deve ter estado metido na conspiração do 11/9. Aposto que olha para o Dias Loureiro e pensa: chorizo.




Tempo de arejar os fantasmas das cómodas lá do fundo

Aquilo lá pelos ashrams e pelas jaulas está tudo aos assobios

Sunday, September 24, 2006

UMA GRANDE ILUSÃO

Fresnay & Von Stroheim, La Grande Illusion, J. Renoir 1937

Miyazaki sensei. A mais difícil das artes.

Ao Misantropo, afeiçoado às lendas da nobre arte da espada.

Miyazaki numa lendária final de kendo em Tokyo.

WAGNER

Para uma tarde de repouso será difícil escolher melhor que as pérolas do violoncelo e onnagata trazidas pel'O Jansenista. Se sobrar tempo lá para a noite, fica aqui Wagner numa fantástica interpretação a dezasseis mãos.


Wagner, Die Walküre e oito pianistas

Friday, September 22, 2006


S. Francisco Xavier (Ilha de Ambon)




DESTES JÁ NÃO REZA A NOSSA HISTÓRIA


Pasa na bordu maar
Ola nabiu kére nabiga
Vilu vilu nangkorsan mal
Nungku aaja didjustisa

(Passa à borda do mar
Olha o navio que já navega
Filho, filho, não tenhas mau coração
Nunca te aches a contas com a justiça)


O Governo da Indonésia acaba de fazer passar pelas armas três cristãos luso-descendentes naturais da Ilha das Flores: Fabianus Tibo, Marianus Riwu e Domingus da Silva, responsabilizados pela desgraça dos confrontos entre muçulmanos e cristãos na ilha de Sulawesi no ano de 2000. Proclamando a sua inocência até ao fim, e solidariamente acompanhados pela comunidade católica dos antigos territórios da Insulíndia cristianizados e miscigenados pelos Portugueses --- Sulawezi (as antigas Celebes), as Flores, Timor, Ambon (a velha Amboino) e as Molucas --- meio mundo percebeu que esses pobres homens morreram numa manifestação dos dois pesos e duas medidas da justiça do maior estado muçulmano do mundo: não só a reacção dos católicos é compreensível face à tremenda pressão e brutalidade da discriminação da população muçulmana, como é notório o simbolismo das penas de prisão aplicadas aos réus da outra banda. O apelo feito pelo Santo Padre no mês passado à clemência dos javanezes logrou de algum modo suspender a execução, mas quem sabe aproveitando o clamor e os urros do mundo islâmico, foi este o momento escolhido pela Indonésia para conduzir os condenados ao paredão. Diz-se até que pesou a razão de estado de assim preparar o caminho à execução dos três muçulmanos autores do atentado terrorista de Bali.
Assuntos internos da Indonésia, dir-se-á. E bem, no que diz respeito à interpretação dos factos, da Lei e da sua aplicação. Todavia, assuntos também do foro humanitário e da consciência internacional, como outros bem se aperceberam, a começar pelo Santo Padre, naquela margem da piedade e da clemência autorizada pela transcendência do significado e do contexto da situação.
Todavia, não me consta que nenhum governante, nenhuma personalidade, nenhuma entidade portuguesa levantasse a sua voz, escudada nesse superior jus gentium e, sobretudo, pela autoridade e pelo respeito devido a terras e gentes onde ser kristang é ser ainda hoje portugis. Conheci e palmilhei as Flores num tempo em que, nem de passagem, era fácil ser Português na Indonésia, e raras vezes senti com tanta intensidade na Ásia o peso da ancestralidade cultural e sanguínea portuguesa: aldeias, gentes, práticas, falas, faces --- o que resta dos lançados, dos náufragos, e, sobretudo, das comunidades inteiras refugiadas na ilha após a queda de Malaca, carregando em barquinhos pelos mares dos Estreitos os seus santos, os seus turíbulos, os seus crucifixos, os seus pendões, as suas espadas e os seus morriões. Ainda os têm na Ilha as Misericórdias, as Confrarias, as famílias, esses Cunhas, Vasconcelos, Dias, Costas, Fernandes, Pereiras, e, sobretudo, o velho Rei de Sikka, D. Aleixo da Silva, ou aqueloutro ancião D. Álvaro Pereira que vi, seco, terso, fidalgo, dirigindo-se em altaneiro português quinhentista, aos mandarins que a Indonésia para lá exporta de Java. À falta de lá ir, que se leia ao menos a Presença de Portugal na Indonésia (FCG), da pena do diplomata ilustre que é António Pinto da França, que por lá andou no tempo em que, antes da fandanguice dos lorosaes, nos respeitavam o nome e o pavilhão. Ficava-nos mal agora um humanitário agitar de bandeira, no esteio do Santo Padre, marcando até uma diferença em relação ao brado interesseiro dos Australianos ou à bem pensante Amnistia Internacional? Aliás, não é hoje Santos Braga, o representante de Portugal na Indonésia, uma das pouquíssimas excepções em termos dos ineptos e dos pataratas que o MNE manda representar-nos na Ásia? Mas não, a Portugal e a quem aqui mais ordena essas coisas já não interessam. Não interessam, repito, essas gentes e essas terras onde ser kristang é ser portugis, ou vice-versa. Preferem esgotar-se na ordinarice das Anas Gomes do burgo, na pieguice e na histeria do acalentar cego dessa monstruosa falsidade que é Timor, acobertando o negócio bandalho de meia dúzia de crioulos netos dos degredados da República e do Estado Novo, que reinam sobre desgraçadas e supersticiosas multidões de aborígenes recém-saídos da Idade do Ferro. Sabem lá os nossos próceres onde é a Insulíndia e o que representam na nossa cultura e na nossa tradição as Molucas, Amboino, as Flores e as Celebes, essa tal Sulawesi, que o idiota do telejornal de há bocado dizia ser “na outra metade” de Timor.
Quantos aos outros, os do paredão, e em português, um simples voto de paz às suas almas no resplendor da Luz Perpétua.




LEMBRANÇAS DE TOKYO

Em fundo Ryuichi Sakamoto

Thursday, September 21, 2006

PELA NOITE DENTRO - III

Não, não é o Presidente J.E. Dos Santos numa festa pr'a pequenada na Herdade da Torre Bela. É mais Bojangles a pedido d'O Jansenista.

Bill "Bojangles" Robinson & Shirley Temple (1935)

PELA NOITE DENTRO - II

Sammy Davis Jr - Mr. Bojangles

PELA NOITE DENTRO - I

Homenagem a Bill "Bojangles" Robinson



TRIVIA - III

Grandeza de Espanha. Por aqui, é o "anexo" na "quintinha"...


TRIVIA - II

Onde dormir descansado?


TRIVIA - I

Quelle délicatesse de sentiments...
A Inglaterra homenageia os decapitados da Torre de Londres.

DUAS CASAS, O MESMO ENCANTO - III

Eu é mais loja chinesa

DUAS CASAS, O MESMO ENCANTO - I

Lá pelo ashram o piquename anda na linha

Fellini - 8 1/2

DUAS CASAS, O MESMO ENCANTO - II

Lá na jaula, outro galo cantará; pelos vistos as piquenas andam contentes..

Jane Morgan-C'est Si Bon

Tuesday, September 19, 2006


DIÁRIO

Não sei quantos e quem lê o Diário de Tiago Galvão, que mão amiga me pôs agora diante dos olhos. Decerto um dos mais jovens, tão brilhantes como desconcertantes, bloguistas que por aí andam, à altura de uns Twentieth Century Blues de N. Coward, em fundo. Realmente, chapeau a textos como os recentes Bilhar, Ir à Luta e outros postais dos arquivos de Agosto e Setembro, Da Beleza e Consolação no Desporto, Feminismo ou a Sexualidade Feminina. Suficientemente witty, dispensaria alguma crueza ocasional na pena e nas temáticas, mas é suposto ser hoje assim, não é?



NINHARIAS PARA O OUTONO

Monday, September 18, 2006


O QUE DÁ PARA MARLENE DARÁ PARA CHARLOTTE

Auguri!

Em fundo sonoro, Noel Coward apresenta Marlene Dietrich em Le Café de Paris

Sunday, September 17, 2006


A RAZÃO DO PAPA

O que o Santo Padre tem a dizer ex cathedra. Aqui.
Glosas e Comentários apertis verbis: reacções da linha dura, a leitura crítica de Raimondo, o ponto de Vasco Pulido Valente, o esclarecimento de J.Sarto, o comentário de Port Royal, a cutilada de Combustões.


A RAZÃO DE ENOCH POWELL

O acordar para a catástrofe do resultado das políticas de imigração e inculturação começam a obrigar à revisão da exprobação dos que mais cedo e com mais razão as denunciaram. Enoch Powell e o seu fatal discurso Rivers of Blood de 20.4.1968 à testa. Muitíssimo bem analisado por Roger Scruton no The New Criterion deste mês. A não perder.


"…They come as the heads of families, and even if the family might comprise four wives and twenty children, it arrives to a red carpet of legal privileges, eagerly unrolled by publicly funded lawyers, and to a welcome trough of welfare benefits that few indigenous citizens can claim, however much they have contributed to the common fund.
Yet, like Aeneas, our immigrants come carrying their household gods. Like Aeneas, they come with an unbrookable intention to make a home for themselves. And if their gods dislike the indigenous rivals, they will soon make this fact known. Such predictions as Powell made in his speech, concerning the tipping of the demographic balance, the ghettoization of the industrial cities, and the growth of resentment among the indigenous working class have been fulfilled. Only the sibylline prophecy has fallen short of the mark. Even so, the Madrid and London bombings and the murder of Theo van Gogh are viewed by many Europeans as a foretaste of things to come. It is now evident to everyone that, in the debate over immigration, in those last remaining days when it could still have made a difference, Enoch Powell was far nearer the truth than those who instantly drove him from office, and who ensured that the issue was henceforth to be discussed, if at all, only by way of condemning the “racism” and “xenophobia” of those who thought like Powell. As for the racism and xenophobia of the incomers, it was indiscernible to the liberal conscience, which has never been able to understand that liberalism is an unusual state of mind. (…) Such is the controversy as we see it now, forty years on: an ignoble lie against a dangerous myth. Whichever way you look at it, truth was the victim, and while the truth can now be cautiously acknowledged, it is acknowledged too late. Decisions can still be taken, but only in the hope of limiting the damage. And even now, when opinion across Europe is unanimous that immigration must be controlled, and that Muslims must be integrated into the secular culture, liberal politicians are refusing to admit to a problem or to confess that they are the cause of it. They still preach “multiculturalism” as the sign of our “vibrant” future; they still condemn “racism and xenophobia” as the enemy; they still try to state and solve the problem by the promiscuous multiplication of “human rights.” Their Enlightenment creed makes it all but impossible for them to acknowledge the fundamental truth, which is that indigenous communities have legitimate expectations which take precedence over the demands of strangers. True, indigenous communities may also have duties of charity towards those strangers—or towards some of them. But charity is a gift, and there is no right to receive it, still less to force it from those reluctant to give.
The destructive effects of liberalism are not usually felt by the liberals themselves—not immediately, at least. The first victim of liberal immigration policies is the indigenous working class. When the welfare state was first conceived, it was in order to provide insurance for poorer members of the indigenous community, by taxing their income in exchange for the benefits which they may one day need. The rights involved were quasi-contractual: a right of the state to levy contributions in exchange for a right of the citizen to receive support. The very term used to describe the deal in Britain—“national insurance”—expresses the old understanding, that the welfare system is part of being together as a nation, of belong- ing with one’s neighbors, as mutual beneficiaries of an ancestral right. The liberal view of rights, as universal possessions which make no reference to history, community, or obedience, has changed all that. Indigenous people can claim no precedence, not even in this matter in which they have sacrificed a lifetime of income for the sake of their own future security. Immigrants are given welfare benefits as of right, and on the basis of their need, whether or not they have paid or ever will pay taxes. And since their need is invariably great—why else have they come here?—they take precedence over existing residents in the grant of housing and income support. Those with a handful of wives are even more fortunate, since only one of their marriages is recognized in European systems of law: the remaining wives are “single mothers,” with all the fiscal advantages which attach to that label. All this has entailed that the stock of “social housing” once reserved for the indigenous poor is now almost entirely occupied by people whose language, customs, and culture mark them out as foreigners.
It is not “racist” to draw attention to this kind of fact. Nor is it racist to argue that indigenous people must take precedence over newcomers, who have to earn their right of residence and cannot be allowed to ap- propriate the savings of their hosts. But it is easier for me to write about these matters in an American intellectual journal than in an English newspaper, and if I tried to write about these things in a Belgian newspaper, I could be in serious trouble with the courts. The iron curtain of censorship that came down in the wake of Powell’s speech has not lifted everywhere; on the contrary, if the EU has its way, it will be enshrined in the criminal code, with “racism and xenophobia”—defined as vaguely as is required to silence unwanted opinion—made into an extraditable offense throughout the Union.
The problem with censorship, as John Stuart Mill pointed out a century and half ago, is that it makes it impossible for those who impose it to discover that they are wrong. The error persists, preventing the discussion that might produce a remedy, and ensuring that the problem will grow. Yet when truth cannot make itself known in words, it will make itself known in deeds. The truth about Hitler burst on the world in 1939, notwithstanding all the pious words of the appeasers. And the truth about immigration is beginning to show itself in Europe, notwithstanding all the liberal efforts to conceal it. It is not an agreeable truth; nor can we, in the face of it, take refuge in the noble lies of Enoch Powell. The fact is that the people of Europe are losing their homelands, and therefore losing their place in the world. I don’t envisage the Tiber one day foaming with much blood, nor do I see it blushing as the voice of the muezzin sounds from the former cathedral of St. Peter. But the city through which the Tiber flows will one day cease to be Italian, and all the expectations of its former residents, whether political, social, cultural, or personal, will suffer a violent upheaval, with results every bit as interesting as those that Powell prophesied".



Lembrança de Eugenio D'Ors.
Aqui.

Saturday, September 16, 2006




HOJE A TARDE É DOS MEUS CÃES

e a propos, alguns amigos de cães: Youssupov, Porter e Windsor


ORIANA FALLACI
(1929 - 2006)
Uma história de coragem


LEITURAS

O Concentracionarismo. Pertinente análise d'O Sexo dos Anjos sobre imprensa e pluralidade.

PIANO FAILURE

É o Jansenista com o canto de Bach e eu com o maldito piano: não há maneira desde os sete anos...

Puttin on the Ritz

Friday, September 15, 2006



ZONZO
Uns diazitos fora e logo à chegada uma enxurrada na blogosfera da tertúlia... Já bastava o entupimento do Verão e agora mais este.
A lazeira é muita, a frivolidade musical imensa, a livralhada em curso tentadoramente inebriante; a pena anda, pois, muito seca e só aponto algumas charlas onde gostava de ter dado palpite.
A quase querela dos Antigos e dos Modernos, com uma palavra de adesão à tese e apostila de Combustões, e subscrição cautelosa da ressalva do pessimismo antropológico d'o Jansenista.
O post d'O Misantropo sobre o discurso papal de Regensburg. (E ficamos todos por aqui? Mais dia menos dia temos a burra do menino e do velho a moderar a exegese das palavras do Santo Padre por aqueles dois mouros de rebotalho do Martim Moniz).
O oportuno alerta de um dos jantantes das Quartas para mais uma das regulares besteiras do burgo à sombra da Torre dos Clérigos.
É obra.

Tuesday, September 12, 2006












UMA QUESTÃO DE HONRA

&

R. Sakamoto

Merry Christmas Mr. Lawrence

(to Mazakazu)

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